quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Uma Carta Enquanto Você Dorme.

E enquanto você fica aí, deitada.
Eu vejo o nosso reflexo nesse quarto de hotel.
Nesse espelho que cobre a parede.
Vejo você deitada.
Com o lençol cobrindo metade das suas costas e a bunda.
As pernas descobertas.
Vejo seu cabelo negro esparramado na cama.
A mão direita caída pra fora da cama e a esquerda embaixo do travesseiro.
Todos esses detalhes me fazem sorrir.

Levanto.
Tomo um banho.
Fico pensando.
Lembrando.
Lembro de quando tudo começou.
Na verdade, de como EU comecei.
Eu fui chato não fui?
Persistência ou Insistência?
Sorrio.
Ainda acho que foi persistência.
Desligo o chuveiro, me troco e saio.
Passo no buteco ao lado e compro dois pingados e pão com manteiga na chapa.
Típico café da manhã em São Paulo.
Pego tudo e volto pro quarto.
Você ainda está deitada.
Como a minha parte e deixo o que trouxe pra você no microondas.

Sento na mesinha e lembro da nossa última noite.
Você apareceu aqui.
De surpresa.
Sim, não nos víamos há mais de 2 meses.
Desde que terminamos tudo.
Mas ontem, quando nos vimos, senti que algo havia mudado.
Em você.
Em mim.
Em nós.
Vi que ali, existia um nós.
A gente.
Um só indivíduo.

Você está acordando.
Vejo você se mexendo na cama.
Vou parar de escreve e me jogar em cima de você.
Haha.

'Ninguém vai devolver sua vida, quando perceber que deixou tudo pra trás.'

E eu deixei.
A vida de antes pra trás.
Agora?
Agora eu só quero vivê-la.
Sem um passado ou futuro.
Só o presente.

Um comentário:

  1. Muito bonito, mano Hyde...

    Mas esse texto me parece que foi escrito pelo Jeckyll...

    Mais sentimental, lírico e bonito...
    Gostei muito, parça!

    Um abraço!

    ResponderExcluir