terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

As Luzes do Castelo Piscam Dessa Vez

Hoje eu estou aqui.
Sentindo meus próprios punhais me cortando a pele.
Minha mão segurando tais punhais.
Sim, eu só quero sentir tudo isso.

Vamos voltar um pouco no tempo.

Lembro das vezes em que deixei de viver.
Deixei de sentir.
Deixei de sangrar.
Esqueci o que era tudo isso em prol de um ilusão.
Miragem.
Tão enganosas quanto um baralho de mágico.

E quantas vezes deixamos o veneno contaminar nosso sangue?
E quantas vezes esquecemos de como devemos ser e agir?

Ao acordar mais uma vez nesse albergue, com as luzes do lustre apagadas, lembro de dias em que tudo fazia sentido.
Vejo a mesma janela quebrada.
Lá fora, no céu negro, a única coisa que brilha é a lua.
Céu negro.
Tão negro quanto o vazio que assola meu peito.
A única diferença entre o céu e meu peito, é que o céu tem a lua que clareia um pouco.
Aqui, no meu peito, nada clareia, nem a mais remota estrela já morta.

É claro.
Depois de olhar a janela eu fui ao banheiro.
Olá espelho. Qual é a minha aparência de hoje?
Fazem quantos dias que eu não me vejo em você?
3, 4 semanas?
Quase um mês isso já.
A mesma barba por fazer.
O mesmo cabelo grande embaraçado.
Olá espelho. Que tal você assistir um auto-flagelo?

Punhais.
Facas.
E um lustre que pisca.
E dessa vez, as luzes do castelo não param de biscar.
Hora acendendo, hora apagando.

Um comentário:

  1. Hora acendendo, hora apagando.

    Hora bem, hora mal. E sempre o mesmo ciclo vicioso.

    ResponderExcluir