sexta-feira, 11 de maio de 2012

Poesia Vermelha

Há vermelhidão em tudo.
No amanhecer.
No entardecer.
Na cor do meu carro.
Na cor da minha blusa favorita.

Mas há também, vermelho no sangue que em mim escorre.
Escorre pelo rosto, pelo punho, pelo corpo.
Aberto por facas feitas pelo aço do erro.
Um pequeno erro bobo é capaz de criar a mais afiada faca.

Por não aprender.
Por não pensar.

Sangue tal vermelho e intenso que flui em mim e em você.

Há vermelhidão em tudo.
Nos erros cometidos.
Nas tentativas de acertos.
Nas falhas anteriores.

Há vermelhidão no arco-íris.
E há também no inferno em que me meti.
Há vermelhidão na ponta da faca meu caro.

Há vermelhidão no fogo.
No seu rosto a enrusbecer no desespero.
E vermelhidão com a decepção.

Numa poesia vermelha, eu conto sobre o vermelho escuro que coloriu meu fim de dia.
Escuridão tal que não vejo o que acontece.