Ao passo em que eu abstraio tudo aquilo que me fez mal em minha vida, eu fico imune às coisas que me são boas e que chegam à mim.
Enquanto o Homem de Lata caça seu coração para se sentir vivo, o Leão Covarde busca coragem pra seguir em frente.
Hyde me sussurra ao pé do ouvido coisas insanas e obscenas.
Coisas que me dão náuseas.
Hyde pede para que eu volte ao buraco.
Jeckyll sorri e me chama.
Eu viro as costas pra eles e saio de perto.
Prometi à mim mesmo que não entraria mais naquele poço imundo.
Vai Holden, use sua habilidade de fugir, de se esconder e me leve junto.
Vai Holden, me ensine a tua arte de fugir.
Eu não preciso aprender a contar histórias como Forrest fazia, só preciso aprender a correr.
Eu sou os Cacos do Espelho Quebrado de Jack.
Refletindo os pedaços de mim.
Refletindo as partes trincadas de mim.
Refletindo as manchas de sangue que pintam as minhas roupas.
E enquanto Alice, ou Dorothy, eu não me importo como você queira chamá-la, enquanto elas se refugiam em seus cantos, você fica aqui, pra levar tapa na cara.
Sempre.
Mas, tudo bem.
Isso não é novo pra você.
Isso é só uma dor antiga.
Nada aqui lhe é novo.
Nada aqui é novidade.
Nenhuma dor aqui é recente.
Você já sentiu tudo isso.
Isso aqui é só uma droga de repetição gerada por sonhos, pesadelos e insônia.
E enquanto você dorme, Tyler toma conta de novo.
Quer fazer tudo isso passar?
Tenta um tiro na cabeça.
Talvez o tiro só acerte Tyler.
Talvez o tiro vare sua cabeça.
Não sei.
Quem sabe?
Nenhum comentário:
Postar um comentário