sexta-feira, 25 de março de 2011

É Ores, é.

Eu só queria saber uma coisa.
Só uma.
Por que?

Por que me ligar?
Por que querer saber como eu estou?
Após 6 meses, ou mais até.
É, eu conto.
Eu conto porque cada mês desse, eu senti.
Eu sangrei.
Eu chorei.
Eu morri.
E a cada mês que eu morria, eu tentava juntar forças pra reviver.
E agora que eu juntei todas as forças possíveis, levantei todos os escudos possíveis, você me aparece.
E é impressionante a facilidade que você tem pra me derrubar.
Uma simples palavra.
Um simples Oi.

É, eu tremi.
É, eu gelei.
É, eu não sei se consigo levantar agora.

Eu tento erguer meus escudos.
Eu tento erguer minhas proteções.
Mas, de repente, eu não aguento mais elas.
Não aguento.

De repente, todas as feridas, que estava cicatrizadas, abrem.
Abrem e deixam o sangue escorrer.

Olho para Ores e falo:
Ela falou comigo, meu caro Ores.
A minha estrela.
Eu achei que ela tivesse se apagado.
Ores olha para mim com os olhos brilhando, ele sabe o que eu estou sentindo.
É como se estivesse vendo um fantasma né meu caro Hyde?

É Ores, é.
Vendo, ouvindo, sentindo.

domingo, 20 de março de 2011

Quem conta um conto, aumenta um ponto...

E lá estava eu.
Sentado nesse banco de praça..
Desta praça...
A praça que presenciou cada começo, meio e fim de nossa história....

E lá estava eu.
Acordando sem você em meus braços..
Mais uma vez...

Olho para os lados.
Lógico, mais uma vez aqui no Centro..
Lógicos, é sempre a mesma rua que eu subo e desço...
Sempre com uma bebida na mão....


Paro e penso em tudo o que aconteceu.
Todas as histórias..
Todos os contos...
Todos os pontos aumentados....


Lembro de quando era criança e brincava de telefone sem-fio.
Vinha uma frase..
As vezes um trechinho de uma história, e você tinha que repassar isso...
Quando chegava no final, estava tão distorcido quanto um reflexo num labirinto de espelhos....


E é sempre assim.
Quem conta um conto, aumenta um ponto..
Nunca ouvem ou repassam sua história corretamente...
Sempre tem um ruído que atrapalha na hora de passar informação....


É.
Quem conta um conto, sempre vai aumentar mais de um ponto....

quinta-feira, 17 de março de 2011

4 dias.

E mais uma vez eu abro o olho e me levanto.
Sinto a cama vazia.
Fria.
Só a marca do meu corpo nela.

Todo dia eu acordo lembrando daquela barraca.
Todo dia eu acordo querendo ter você nos meus braços.
Do mesmo jeito que você estava naqueles 4 dias.
Parece que faz tanto tempo.
Mas a saudade daquilo é tão grande.

Só queria que todos os dias fossem como aqueles 4.
Só queria poder acodar todos os dias ao seu lado.
Só isso.

Queria poder ver você acordar e sorrir pra mim.
Acodar de madruga e te beijar.
Fazer carinho em você até dormir.
Até eu dormir.
Eu sempre durmo primeiro quando faço carinho em você.
Isso é engraçado.

Só queria mais dias como aqueles 4.
Só.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Parabéns pra você, nessa data querida. Antecipado claro.

É verdade.
Seu aniversário está chegando.
É agora, dia 18.
Engraçado, que de todas as coisas que aconteceram, eu ainda lembro da sua festa.
Foi legal.
A gente deu risada.

Naquela noite, eu podia te abraçar e te dizer parabéns.
Hoje, não sei se por orgulho ou medo, eu não quero.
Não sei se a palavra correta é orgulho.
Orgulho de não falar com uma pessoa que viveu "comigo" por tanto tempo?
Não, não sou assim.
Diria que é receio.
Sim, receio.
Receio de te ver e voltar a me machucar sabe?
Agora que eu estou realmente bem saca?

Mas é.
Seu aniversário.
Mais um ano na sua vida.
Quase um ano com você fora da minha.
Isso sim é meio assustador.

"No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos

E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra mão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada...
E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro...
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
"

É isso.
Não é que eu queira você de volta.
Já disse isso.
Mas eu acho que sempre vou sentir isso.
É.

No fim, tudo isso era pra dizer:
Parabéns.

''E acabo entrando sem querer na sua vida"

segunda-feira, 14 de março de 2011

Pombas e Hyde.

Cisca, cisca, cisca.
Vai seu rato com asas, mexa sua cabeça e pegue esse salgadinho no chão.

Parado aqui, neste ponto com a segunda latinha de uma cerveja qualquer na mão em plena segunda-feira, vejo certas coisas.
As pombas.
Uma gorda com uma verruga do tamanho de um rato peludo no pescoço.
As pombas.
A sujeira.
As pombas.
E as pessoas que só "olham para frente".
As pombas.
Patético.
Eu não gosto de pombas, então não falarei delas.
Eu gosto de pessoas, mas também não falarei delas.

Hyde: Oras, se você não vai falar nem de um, nem de outro, então por que você os citou?
Voz: Citei porque eu quis começar assim.
Hyde: Então essa porcaria de texto é para que?
Voz:  É para falar sobre o céu Hyde.
Hyde: Sobre o céu? O que o céu tem a ver com esse texto?!
Voz: Ele me reflete Hyde. Meio cinza, meio fechado, mas com um espaço aberto. Com a sombra do Sol batendo nele. Um resquício de claridade.
Hyde: Era sobre isso que você queria falar desde o começo?
Voz: Na verdade, não. Eu ia falar sobre pombas e salgadinho, mas aí eu olhei o céu e me vi nele.
Hyde: Você é um idiota. Estou indo embora.
Voz: Eu sei que sou. Tchau Hyde.

Adeus Ano Velho

Talvez as memórias agora parem.
Talvez agora o peito pare de pular a cada vez que eu vejo alguém parecida com você naquele lugar.
Talvez agora as suas sombras parem de me perseguir.
Talvez.

Quinta-feira foi o último dia que eu fui embora por lá.
Acho que eu ficava meio que esperando te encontrar.
Eu saia da estação e começava a te procurar.
No fim, mais por hábito do que pela sensação de estar perdido que me assolava nos tempos em que eu ia até lá conversar com você.


"Longe do olhar, mas perto do coração, eu vou te guardar no meu passado."


Eu realmente não preciso de você no meu presente, muito menos no meu futuro.
Mas, saber que eu deixei mais uma coisa sua para trás, me assusta.
Não sei porque.
É um susto "bom".
Saber que uma parte da minha vida foi deixada para trás aos poucos.
Pedaço por pedaço.
Lembrança por lembrança.
Aos poucos isso foi acabando.


E isso foi tudo.
E isso é tudo.
Hoje parto para novas histórias, novas lembranças.
Como um capítulo de um livro.
Um capítulo novo, de um livro que ainda está sendo escrito.


Adeus Ano Velho

quinta-feira, 10 de março de 2011

Barraca, Um céu e Febre.

Numa barraca em um lugar qualquer.
Numa noite como outra qualquer.
Deitado ao lado de uma pessoa que poderia ser ''uma qualquer''.
Mas não é.

Quando eu a vi, deitada.
Os cabelos loiros esparramados pelo colchão inflável, veio uma coisa no peito.
Um sentimento estranho sabe?
De não querer perder, saca?
Aí, eu apenas abracei.
Forte.

Levantei.
Eu estava queimando de febre.
Era madrugada.
Saí da barraca e olhei pra trás.
Você agarrou o travesseiro e se enrolou no edredon.

Eu de bermuda e camiseta.
Descalço.
E com febre.
Andei pela grama.
Olhando para o céu.
Pensando em você enquanto vou em direção à cozinha tomar um chocolate quente.
Ver se a febre e a dor no corpo abaixa.

Volto pra barraca.
Me enfio embaixo do endredon.
Você abre o olho.
Me dá um beijo.
Sorri e me abraça.
Apenas.
Volto a dormir.
Com um sorriso no canto da boca  e um certo brilho no olhar.