quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Tetris

Peças que se encaixam.
Que se colorem.
Que se harmonizam.

Peças que se unem.
Que se transformam.
Que se unificam.

Peças de renovação.
Que somem com as anteriores.
Pra dar altura pra mais recente.

Degraus coloridos.
Verde, vermelho, amarelo e azul.
Cada um formando a sua própria escada.
Sua própria história.
Sua própria coloração.

Então, pra que dificultar, se você pode ser a minha peça de encaixe perfeita.
Aquela que não sobre espaço.
Aquela que contém a cor que combina com a minha.
Aquela que será o degrau que eu precisarei pra subir e que, depois, você me use como seu degrau, na sua escalada.

Diga-me a lógica disso tudo.
E eu te explico a lógica desse texto.
Escrito em linha tortas.
Em uma escada torta.
Por falta de um degrau essencial.

A flor da pele

Transparência.
É isso o que me define.
É fácil saber o que eu sinto.
Quando eu minto.
Quando eu quero.

E eu raramente tento esconder algo.

Tento às vezes, mas sei que é difícil e na maioria das vezes, falho.

Mas sou simples.
Não no jeito de ser, eu sei ser bem enjoado.
Acho que a palavra simples não é a correta.
Acho melhor usar três palavras para me definir.
De fácil leitura.

É fácil me ler.
Me entender.
Me compreender.

É fácil saber quando estou irritado.
Quando estou nervoso.
Quando estou alegre.
Quando estou apreensivo.
Ou quando sinto qualquer coisa.
Elas não ficam explícitas só no brilho do meu olho.
Ficam explícitas na tremedeira da minha mão.
Na minha respiração ofegante.
Na minha voz falhando com mais frequência.

Então, pra que e por que deixamos essa tempestade atrapalhar toda essa era de bonança em que estávamos?
Impulsivo sou eu.
Rancorosa é você.

Sou de carne e osso também.
Mas de um material mais maleável?
Talvez.
Não sei.
Um material mais parecido com borracha?
Talvez.
Não sei.
Ainda não aprendi de qual material é feito.
Algo mais duro?
Mais firme?
Mais sólido?
Acho que as três coisas ao mesmo tempo.

Sei que a gente se completa.
Eu mole, te deixando mais maleável.
Você, mais sólida, me dando mais firmesa nas coisas.

Eu expando.
Você fixa.
Eu laceio.
Você conforta.

E é assim que deveria ser.

Um momento que passou

Passado aquele momento da calmaria, sempre vem a tempestade.
E sempre o pior tipo.
Daquele que balança um navio.
Que destrói um mundo.

Palavras ditas.
Olhares tortos.
Mudança de tom.

Calmaria.
Onde está?
Não me peça para entender.
Eu não entendo olhos.
Eu não entendo reflexos.
Eu não entendo brilhos.

Eu sou puro texto.
Pura gramática.
Posso até dizer que sou pura matemática.
Exatamente exato.

Não entendo sujeitos ocultos.
Não sei localizar um advérbio.
Mas, também, não sei resolver uma equação com incógnitas.
Não sei localizar o X.
Nunca saber te responder o que você faz com o Y.
Então, se fujo da gramática e das contas.
O que resta pra eu entender?
Simples, assim como 2 mais 2 é igual a 5.

O contexto, o texto, o parágrado, a palavra certa.
"Palavra.
Tenho que escolher a mais bonita
Para poder dizer coisas do coração
Da letra e de quem lê
Toda palavra escrita, rabiscada
No joelho, guardanapo, chão
Ponto, pula linha, travessão"

O Garoto

O Garoto corre.
Corre atropelando sonhos.
Corre atropelando desejos.
Corre atropelando sentimentos.

O Garoto corre.
Corre com a vida.
Corre para a vida.
Corre da vida.

O Garoto corre.
Corre por oportunismo.
Corre por impulso.
Corre por mania.

O Garoto corre.
Corre de você.
Corre até você.
Corre para você.

Indo.
Vindo.
Voltando.
E seguindo o mesmo ciclo.
Indo.
Vindo.
Voltando.
Para onde nunca deveria ter ido.
De onde nunca deveria ter saído.
Para onde repousará sem paz.

Eu não sei ver olhos.
Eu não sei ver brilhos.
Eu só ouço palavras.
E gestos.
Eu sou uma pessoa simples.
Não me peça complicações.

O Garoto corre.
Atrás do vento.
Sendo guiado pela luz.

A luz que emana do seu cabelo.
A luz que emana do seu sorriso.
A luz que emana de você.

O Garoto corre.
Por mania.
Por hábito.
Por jeito.

Jeito de criança no corpo de um adulto.
Achando que pode viver tudo de uma vez.

Corra Garoto corra.
Só não corra muito.
Pois você pode deixar algo passar.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Em resposta

Em resposta ao que eu escrevi.
Eu ouvi.
Eu disse e entendi.
Afastei meus medos.
Meus anseios, minhas incertezas.
Minha insegurança.

Afastei uma pequena sombra que surgia em nosso horizonte ensolarado.
Afastei qualquer sombra de tempestade e chuva que assolava meu peito apertado.

Agora eu posso dormir tranquilamente, sabendo que, com toda certeza, que você estará aqui pra mim.
Pra sempre.

Eu queria

Eu queria poder dizer algo bonito aqui hoje.
Eu queria poder dizer algo que fizesse sentido.
Eu queria poder dizer que estou seguro.
Que estou calmo.

Eu queria poder dizer que meu dia está bom.
Eu queria poder dizer tudo o que eu vi e li para você.
Mas não posso.

Mas eu queria.
Queria que você soubesse, que você se lembrasse, que você me dissesse.
Que você me explicasse.
Me explicasse como em, um dia, tudo se transformou.

Confusão