sábado, 15 de fevereiro de 2014

O Homem de Lata Volta à Oz ( De novo... )

Sabe o que é mais engraçado de voltar pra cá?
Ver que nada mudou.
O machado continua fincado na árvore.
O ferreiro continua trabalhando.

O Mago continua em seu castelo, isolado do mundo.
Os macacos continuam a servir algum babaca por aí.

E o Homem de Lata continua andando por seus tijolos amarelos.
Por sua estrada amarela.
Na sua vida amarela.

O Homem de Lata, com o tempo, aprendeu a resguardar parte do seu coração.
Por isso, hoje não dói tanto ter que dividi-lo.
Por isso, hoje não dói tanto ter deixado uma parte dele pra trás.
Afinal, foi só uma parte.

O Homem de Lata caminha ao lado de Dorothy hoje em dia.
Dorothy brinca falando que se perdeu naquela época que eu falei que ela fugiu.
Tudo bobagem dela.
Ela finge que fala e eu finjo que acredito.

O Espantalho ri da minha cara.
Ele acha que ao invés de coração, eu não tenho cérebro.
Pode até ser verdade.

O Homem de Lata só sabe de uma coisa.
Dorothy voltou.
E é isso que importa...

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Era uma vez uma máquina... Parte 9

- ...!!
Um zumbido...
É tudo o que eu escuto.

- RUDLOFF!! Seu cretino, me responde!

Ah, agora eu ouvi. Esse que está gritando? É o Robert...
Lembram do estranho que me parou na mesa de um café?
Pois é, ele hoje é meu chefe.
Depois de vários empregos degradantes, eu finalmente me encaixo em algo.

Mas meu caro caríssimo!
Olha eu divagando.
Em minha correria, as páginas dessa história ficaram paradas.
Desculpem-me se o interesse de vocês sobre isso sumiu.
Mas agora estou aqui, sentado em minha máquina, enquanto aquele safado do Robert grita em minha janela.

Estávamos no final da década de 70, começo dos anos 80.
A Alemanha continuava dividida, um lado Capitalista outro lado Socialista.
Um lado você paga pra mijar, outro lado você mija no dinheiro, mija quando deixam você mijar claro.
Particularmente, eu prefiro o lado que eu pago. Pelo menos eu posso mijar quando, onde e na cabeça de quem eu quiser.

- RUDLOFF! Seu merda, abre logo essa porra dessa porta!

Robert não parava de gritar. Era nossa noite de beber.
Minha noite de pagar.
Odeio pagar bebida pra ele. Ele sempre cai primeiro.

-Entra logo Robert! Abre essa merda e entra.

Nós nos tornamos muito próximos nesses anos.
Ele me ensinou o que eu precisava.
Ele me deu um emprego decente.
E eu?
Eu ensinei ele a beber.
E a brincar de golfe com a minha prótese...Enquanto eu pulava atrás dele chamando a mãe dele de puta do Hittler.
Aí ele parava e arremessava a prótese em mim.
Era sempre assim que as nossas noites acabavam.
Hoje com certeza acabará assim.

Calma meu caro.
Eu prometo que tentarei voltar sóbrio o bastante para terminar a nossa história.
Essas páginas não ficarão mais em branco.
Até breve, meu caro caríssimo.

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Oi gente.
É, eu realmente abandonei isso aqui.
Mas pretendo voltar.
Se alguém tá vendo isso aqui pela primeira vez, não se assuste.
Os primeiros posts estão abaixo.

Era uma vez uma máquina... Parte 1
Era uma vez uma máquina... Parte 2
Era uma vez uma máquina... Parte 3
Era uma vez uma máquina... Parte 4
Era uma vez uma máquina... Parte 5
Era uma vez uma máquina... Parte 6
Era uma vez uma máquina... Parte 7
Era uma vez uma máquina... Parte 8

Sei que a história está meio desconexa, mas é complicado recomeçar uma história depois de anos.
Mas tentarei voltar a ser fiel a história original.
Eu prometo.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Correria de Caulfield

E perguntaram a Hyde, sim é ele que está no controle dessa vez, se estava tudo bem, pq ele estava tão quieto.
E ele, com seu sorriso torto, responde que sim, tudo tranquilo.
Foi só uma semana cansativa diz ele - pensa Jeckyll enquanto vê seu outro mentir mais uma vez.
Na verdade, Jeckyll está jogado de novo no fundo do poço.
Arrancaram seu Tijolo Amarelo.
Levaram Caulfield pra longe. 
Enquanto Jeckyll caía no fundo do buraco que ele jurou nunca mais cair...

Hyde sorri, sorri amarelo, sorri prateado, igual a cor do Homem de Lata sem coração.
Sem coração.
É assim que se sente Jeckyll.
Culpa minha, culpa dele, culpa nossa! - diz Hyde com toda a fúria que ele consegue colocar na voz.

A baba voa, junto com a mão esmagadora dela, da conhecida amiga.. A dor...
A dor vem nos visitar nessas últimas noites.
A dor tem sido uma companheira para Jeckyll enquanto Hyde cumpre o seu papel.
Hyde tenta me segurar no topo enquanto Jeckyll senta no fundo.

E eu ? Eu sou apenas uma Voz.
Vendo de cima de tudo.
De dentro de tudo.
De dentro de mim.
Vejo o vermelho escorrer.
E eu odeio essa sensação.