quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

As Agulhas Elétricas de Henry

Um sonho pode ser premonitório?
Um sonho pode dizer o que se passa no mais obscuro pedaço da sua mente?
Um sonho pode dizer o seus maiores desejos?
Espero, sinceramente, que não.
Pelo menos, não depois de ontem.

Ver aquilo tudo em um sonho.
Ver o quão real foi esse sonho.
Foi quase uma brincadeira de roleta russa.
Eu estou esperando a única bala no tambor ficar voltada pra mim.

Abri os olhos e suava frio.
Sim, abri os olhos.
Não posso falar que dormi.
Eu mal consegui pregar os olhos.
No máximo cochilei.
O seu rosto continuava flutuando na minha frente.
Esse foi um dos sonhos que mais me fizeram mal.
Não porque nesse você se afastava.
Não, se fosse isso eu já nem ligaria mais.
Esse foi diferente.
Você quis ficar mais perto.
Isso me assustou.
Um medo irracional sabe?
Sabe instinto animal?
Quando eles sabem que o que está vindo vai lhes fazer mal e eles fogem?
Então, foi o mesmo medo que me fez acordar hoje.

Agulhas elétricas meu caro Henry.
Acho que sei bem como você se sentia enquanto furavam-lhe a pele.
No meu caso, furaram muito o meu coração.
Tal qual um queijo suíço.
Cheio de furinho saca?
É mais ou menos isso aí.

Mágico de Oz, Holden e uma música sem título me acompanharam esse fim de semana.
Você não me veio tanto à cabeça enquanto eu bebia.
O que me machuca mais é o vazio.
Não a sua falta, mas o vazio que você deixou em mim saca?
É bem isso.

2 comentários:

  1. Não a sua falta, mas o vazio que você deixou em mim saca?
    É bem isso.


    Me vejo nos seus textos.

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  2. O vazio sempre machuca mais. Demora pra ser preenchido. O vazio assusta.

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