segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Buraco Fechado e A Mão e Seu Dono.

É estranha essa sensação.
A sensação de liberdade.
De leveza.
De 'clareza'.

Não sei se consigo me fazer entender.
Mas creio que após ficar tanto tempo dentro de um buraco úmido, sujo e completamente escuro, é natural eu sentir essa diferença de sentidos.

Lembra da mão colorida que afagou o Cão?
Hoje ela me estendeu a mão e terminou de me tirar do buraco.
Lembra que eu tinha conseguido sair com as minhas próprias forças?
Pois é Hyde, pois é.
Nem você foi capaz de me segurar.

O buraco.
Eu sei que ele estará sempre ali.
Reservado pra mim.
Meu inferno particular.
Sei que ele estará ali pra mim quando eu precisar.
Sei que Hyde e Jeckyll estarão ali se um dia eu voltar pra cá.
Mas hoje?
Hoje não.

Hoje eu olho pra baixo.
Os vejo ali, olhando pra mim com um olha atônito.
Eu dou um sorriso.
Largo a mão por um breve instante e olho pro rosto do dono da mão.
O rosto me sorri.
Eu sorrio de volta.

Agacho.
Seguro a tampa do buraco.
Respiro fundo.
E o fecho.
Pra não abrí-lo por um bom tempo.

Fique fechado buraco.
Fique tranquilo Jeckyll, Hyde zelará por ti.

Eu?
Eu vou viver.
Me levanto.
Olho para cima.
Vejo o sol.
Olho para frente e a vejo.
Sorrio.
Sorriso a toa.
Seguro a sua mão e saio andando.

E como já foi dito e cantado:
"E hoje o Sol nasceu, declarando o fim, dessas lágrimas"

2 comentários:

  1. Parabéns mano, uma hora a gente percebe que tem que ir em frente, que cedo ou tarde o sol nasce pra gente. Fico feliz demais por ti.

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