sábado, 29 de janeiro de 2011

Molha chuva, molha

Molha chuva, molha.
Molha esse rosto que fica manchado de lágrimas.
Lava chuva, lava.
Lava essa alma, limpa esse corpo de todo o mal causado.

Hoje eu vi lágrimas em um rosto que eu não queria ver chorar nunca.
Vi lágrimas saírem de olhos que não deveriam chorar.
Não que ela não possa chorar, mas é que às vezes eu me esqueço que ela pode ser fraca.
Eu sempre a vi como uma pessoa forte, decidida, firme.
Ela sempre foi durona, rigida e "militar"
Mas sempre soube me dar o maior amor, carinho e amizade que eu poderia pedir.
Sempre soube que pra ela, eu poderia confiar meus maiores segredos.
Sempre soube que pra ela, eu poderia contar meus maiores sonhos.
Sempre soube que eu poderia correr pra ela e me esconder em seus braços quando estivesse triste.
Hoje eu vi isso tudo acontecer ao contrário.
Ela me ligar pedindo um abraço.

Ve-la correr e me abraçar forte.
Ve-la desmoronar no meu colo quando chegamos em casa.
Ve-la correr atrás do celular cada vez que ele tocava.
Ve-la abaixar a cabeça, respirar fundo e olhar pra mim tentando parecer forte, a cada vez que via que não era ele ligando pra ela.
Ve-la em todos esses momentos me partiu o coração.

Ouvi-la hoje ao telefone, segurando o choro.
Aquela voz apertada.
Me fez lembrar de como fiquei.
Saber que o que ela está passando, eu já passei, e saber toda a extensão da dor é horrível.
Ouví-la falar: Ricka, eu estou mal. Meu peito dói. Sei que é normal, mas dói.
E eu só poder abraçá-la e dizer que eu a amo e que tudo ficará bem.
Isso tudo me dói.
Porque eu vejo o que está acontecendo.

Vejo um buraco novo se criando.
Não em mim.
Mas nela.
Mais uma pessoa fechada em seu inferno particular.

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