quinta-feira, 28 de julho de 2011

O sorriso que foi embora

Olha espelho.
Agora você revê essas marcas de lágrimas escorrerem não é mesmo?
Você revê as cicatrizes se abrirem de novo.
E você sabe o motivo.
Querer e Precisar.

Você a quer, mas evita o precisar.
Mas você acabou precisando e isso te assusta.
Porque você, e só você, sabe o quanto é doloroso pegar de volta algo que você já deu.
Porque você, e só você, sabe o quanto é difícil reconstruir algo que estava destroçado.

Não, eu não irei dormir hoje.
Não com a imagem de você indo embora.
Seu sorriso virando as costas pra mim e me deixando aqui.
Numa casa vazia, apenas com uma mala de roupas sujas.

E aquele pôr do sol?
Agora se torna apenas um momento vazio.
Sem os seus abraços de braços vermelhos.
Sem o cabelo brilhando ao sol.
Apenas um momento que tinha tudo pra ser bonito, mas é apenas vazio.
Graças e exclusivamente à mim.


Praticando duas artes distintas e contrárias.
Sem nunca ter dominado nenhuma das duas.
A arte do apego e a arte do desapego.


Não sei amar e tentar ser livre.
Não sei amar e te deixar livre.
Não sei amar e não precisar.
Não sei amar e não entregar meu mundo.
E isso me assusta.
Por todas as vezes que o Homem de Lata teve seu coração mutilado e eu tive que reconstruí-lo.
Sim, já superamos tudo isso.
Meu coração é seu.
Ele é todo seu.
O problema é o meu tempo.


Esse corre.
Voa.
E eu quero fazer tudo.
E me atropelo, te atropelo, atropelo nosso tempo.
Sempre correndo.
Como o coelho branco dos contos de fadas.

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