sexta-feira, 29 de julho de 2011

Corra Coelho Branco.

Eu só queria poder gritar.
Gritar contra tudo.
Contra todos.
Gritar comigo mesmo pra ver se eu ouço meus próprios erros.
Pra ver se eu acordo.

Um grito.
Só pra me libertar.
Me livrar.
Saber que eu posso mais e estou aqui, preso.
Sem poder gritar.
Nesse escritório em que me sento, todos os dias, na mesma cadeira, fazendo as mesmas coisas, vivendo a mesma rotina.
Rotina essa que eu transporto pro que me é mais importante.
Você.

Quando crianças, dizem à você que devemos crescer e nos enfiar num escritório.
Você vai, trabalha 8, 9, 10 horas por dia.
Cria uma rotina.
Automatiza seu mundo.
E quando você entra num relacionamento, essa automatização, toma conta dele também após um tempo.
Pelo menos, eu me sinto assim.
Automatizado.
Robótico.

De um conto, virou um ponto
Um ponto metálico.
Que sempre marca o fim de uma frase, uma regra.
Algo automático.
Entende?
Não?
Nem eu.
Não consigo entender como ficou assim.
Como eu deixei ficar assim.

Segurar sua mão, ver seu sorriso, mexer em seu cabelo.
São coisas que sempre foram e sempre serão momentos nossos que eu irei amar.

Como eu já disse.
Correndo, pulando, atropelando.
Tudo, todos.
Corra coelho branco, mas não se esqueça de quem te segue de tão perto.

2 comentários:

  1. Eu só queria poder gritar.
    "Gritar contra tudo.
    Contra todos.
    Gritar comigo mesmo pra ver se eu ouço meus próprios erros.
    Pra ver se eu acordo."

    Se só o início é estilhaçante, que mais dizer do resto? Foda, meu brother! É assim que eu me sinto também. Tamo junto!

    Um abraço.

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  2. "Gritar contra tudo.
    Contra todos.
    Gritar comigo mesmo pra ver se eu ouço meus próprios erros.
    Pra ver se eu acordo."

    Se só o início é estilhaçante, que mais dizer do resto? ²

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