quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A primeira impressão é sempre a que fica

Pois é. A primeira impressão é sempre a que fica.
Bonequinha de porcelana, toda magrinha, branquinha, com carinha de frágil.
Isso pela meu saco.
Eu gosto de sangue, eu gosto de cuspe, eu gosto de xingos.
Eu gosto de sentir a pele de minhas costas se rasgarem com as suas unhas.
Eu gosto disso.

Bonequinha não é pra mim.
Como eu disse, eu sou aquele boneco de posto.
Vazio e sujo. Abandonado.
Nem as crianças que passam por mim me olham mais.
Eu preciso disso tudo pra me sentir vivo.

"Vai Prometeu, troque de lugar comigo, me acorrente com teus grilhões, mas por favor, fale para a Águia que come tuas entranhas, comer meu coração. Quem sabe assim eu paro de sentir esse aperto, essa dor. Mas acrescente à ela e, aqui, eu rezo e peço, que não restaure meu coração no dia seguinte, pois sei que, assim que ele for restaurado, voltarei a sentir essa dor maldita. 
Me deixe sem sentir nada, por favor.
Por pelo menos um maldito dia.
Por pelo menos um maldito dia não me deixe sentir, não me deixe sofre.
Pois é meu caro caríssimo, é nessa merda que eu estou.
Esta história não tem um herói, ela só fala de lágrimas, sangue e destruição. Não meu caro caríssimo, ela não fala de uma princesa adormecida e sim de uma donzela que pega um punhal e crava ele no teu peito, fode com a tua vida e sempre volta para torcer o maldito punhal.
É meu caro caríssimo, esta vida não me satisfaz mais." 

É caro caríssimo, preciso me sentir vivo pra suportar o peso que vem em minhas costas.

2 comentários:

  1. Você é dos meus mesmo caro caríssimo.
    Curti muito, e um brinde a essa maldita dor.

    Seguindo o blog e atrelando ele ao delírios.

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  2. O que mais fode com tudo, é quando vc pensa que ela passou e não vai voltar mais, a maldita volta e volta fedendo.
    Essa dor acaba com todos nós :/

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