quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A flor da pele

Transparência.
É isso o que me define.
É fácil saber o que eu sinto.
Quando eu minto.
Quando eu quero.

E eu raramente tento esconder algo.

Tento às vezes, mas sei que é difícil e na maioria das vezes, falho.

Mas sou simples.
Não no jeito de ser, eu sei ser bem enjoado.
Acho que a palavra simples não é a correta.
Acho melhor usar três palavras para me definir.
De fácil leitura.

É fácil me ler.
Me entender.
Me compreender.

É fácil saber quando estou irritado.
Quando estou nervoso.
Quando estou alegre.
Quando estou apreensivo.
Ou quando sinto qualquer coisa.
Elas não ficam explícitas só no brilho do meu olho.
Ficam explícitas na tremedeira da minha mão.
Na minha respiração ofegante.
Na minha voz falhando com mais frequência.

Então, pra que e por que deixamos essa tempestade atrapalhar toda essa era de bonança em que estávamos?
Impulsivo sou eu.
Rancorosa é você.

Sou de carne e osso também.
Mas de um material mais maleável?
Talvez.
Não sei.
Um material mais parecido com borracha?
Talvez.
Não sei.
Ainda não aprendi de qual material é feito.
Algo mais duro?
Mais firme?
Mais sólido?
Acho que as três coisas ao mesmo tempo.

Sei que a gente se completa.
Eu mole, te deixando mais maleável.
Você, mais sólida, me dando mais firmesa nas coisas.

Eu expando.
Você fixa.
Eu laceio.
Você conforta.

E é assim que deveria ser.

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