segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dois shows. Mesmo palco. Uma sensação nova.

E de novo nessa rua.
Essa rua que me traz memórias.
Memórias de um passado estranho.
Pontilhado e marcado por vômitos, lágrimas e risadas.
Marcado por vezes e mais vezes tentando sair de um lugar que eu mesmo me enfiei.

Vejo os amigos.
Alguns poucos admito.
Mas o suficiente pra me fazer rir.

Entramos.
É, de novo nesse lugar.
Escuro, cheio de gente.
Paredes suam, as pessoas conversam.

O show começa.
Discos, músicas, vozes que cantam a minha vida.
E eu grito.
Berro.
Pulo.
Me machuco.
E sorrio.

"Abre a roda, VAI, VAI, VAI"
Esse é o grito que sai de minha boca enquanto empurro a massa de gente pra trás.
Começa a pancadaria.
A sensação de liberdade.
A sensação de cantar toda a sua vida.
A sensação de poder bater em sua vida.
É assim que eu me sinto.

No fim do show eu a encontro.
Uma noite juntos.
Tudo o que eu precisava e esperava há um bom tempo.
Dormir e acordar ao seu lado.
Foi o que completou a primeira noite.

Segunda noite.
Essa sim eu sabia que seria mais pesada.
Porque, enquanto eu continuasse Trabalhando nessa Vitória, eu sabia que o Veneno escorreria de mim.
Mas Caulfield às vezes gosta de correr e se enfiar em meio aos Pregos enquanto foge das Cruzes em busca de Moedas.
Apenas o troco.
Eu teria que passar por tudo isso.
Teria que sentir o Vampiro me puxando.
Ver o quanto eu aguentava disso tudo.
Ver o quanto desse sangue vermelho que escorre pelas minhas veias, ainda estava dilatado com veneno.

"O sangue negro feito petróleo da boca escorre e
me deixa mais forte."


Veio o show.
Na mesma rua, no mesmo local, com os mesmos sentimentos de luta dentro de mim gritando.
E dessa vez foi diferente.
Sem lágrimas meu caro caríssimo.

Um comentário: