Olhando nesse espelho em que me reflete, no momento só vejo o vermelho.
O vermelho da raiva.
O vermelho da angústia.
O vermelho da vergonha.
Não vergonha do que fiz.
Mas do que sou.
Raiva pelo o que eu me tornei.
E angústia por saber que eu tinha tudo em minhas mãos e perdi, como se segurasse água entre minhas mãos.
É nesse espelho trincado.
Sujo.
Manchado.
Nesse quarto pequeno e escuro em que me escondo.
É que eu me vejo mais claramente.
Vermelho.
É sempre vermelho.
O sangue que circula pelo meu corpo.
O sangue que escorre pela últimas marcas que fiz em mim mesmo.
Cicatrizes.
Sempre cicatrizes.
Sempre feitas à sangue frio.
Sempre no intuito de me sentr vivo.
Pequenas marcas.
Pequeno cortes.
Superficiais.
Por dentro?
Grandes cortes.
Profundos buracos.
Um grande vazio.
Sem coração?
Sem coração.
Mas então, o que é isso que bate em seu peito agora?
É apenas um músculo morto, com o único objetivo de bombear sangue e oxigênio pelo meu corpo.
Pra me manter vivo.
Vivo.
Manter-me vivo única e exclusivamente para sentir mais dor.
Mais dor, mais vivo.
Mais vivo, mais dor.
Belo ciclo vicioso.
Sem coração?
Sem coração.
Sem coração... meu ciclo, suas palavras, o evitar constante... amei.
ResponderExcluir"Manter-me vivo única e exclusivamente para sentir mais dor." - disse tudo...
ResponderExcluirMr. Hyde, suas idéias não são de merda rs curti um monte, sério mesmo ^^
ResponderExcluirPoesia vermelha, que escorre como o sangue de um coração perfurado brutalmente pela angústia e pela raiva.
ResponderExcluirFoda, Hyde. Foda!
É tão foda que até dói ler. Dos teus melhores textos!
ResponderExcluirMuito bom o texto! Muito triste a dor!