terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Oz de Fel

E parece que a gente nunca sai do olho do furacão.
E parece que o furacão nunca sai do Kansas.
Parece que o eco sempre estará aqui.
Parece que o vazio sempre permanecerá.

Sinto aquele velho abraço conhecido.
Sinto aquelas velhas sombras se aproximando.
Sinto o efeito do subterrâneo.
Sinto a umidade do ar nesse buraco.

"Ora, ora meu caro caríssimo!" - diz ele com seu sorriso torto, zombeteiro, enquanto olha a minha cara de criança perdida.
"Veja querido Hyde, olha quem apareceu aqui!" - diz o outro 'ele' com seu olhar cínico, sua fala clara, mas repleta de sarcásmo.

Sim, eles estão sempre aqui.
Sim, eles nunca saíram daqui.
Sim, eu os mantenho sempre por perto.

E, dentro do meu buraco, dentro do olho do furacão, dentro de cada partícula escura, fria e praticamente sem vida, eu me resguardo, eu me enlaço, eu me escondo.

Me escondo dos meus erros.
Me escondo das minhas loucuras.
Me escondo dos meus medos.
Me escondo de você.

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